quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Sobre a saudade


Às vezes a saudade cria um nó na garganta que quase sufoca

Você tenta ignorá-la, prendê-la ou enganá-la

Para que ela não perceba que, se quiser, pode lhe devorar de dentro para fora

Às vezes a saudade cria vida

Mas eu resisto. De saudade é que eu não morro!

Pois espero pelo dia que, sendo eu mais forte, possa enfim matá-la.




terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Sobre ele que eu nunca escrevi ...


E sobre ele que eu nunca escrevi ...

Porque se eu dissesse que sim, ele diria que não
Se eu tivesse razão, ele estaria errado e se eu estivesse errada, ele teria razão

Porque nós não poderíamos ter razão ao mesmo tempo
E mesmo que os dois  estivessem certos, falávamos de jeitos diferentes para parecer que o meu certo era o errado dele e que o errado dele era meu certo.

Sobre ele eu nunca escrevi ...

Porque se eu quisesse sair, ele queria ficar
Mas se eu dissesse "não vem", ele vinha.
Porque ele adorava me contrariar e eu deixava ele pensar que eu não queria ser contrariada

Eu nunca escrevi sobre ele porque não era nem pra ter começado
Mas eu deixei ficar, e ele deixou ir ficando
A nossa teimosia era tão grande que  mesmo sabendo que não era, a gente fazia ser
Era a única vez que concordávamos.

Eu nunca escrevi porque não tinha explicação e tão confuso quanto o que eu acabei de escrever éramos nós.

Parecia o avesso do lado certo, uma cambalhota de pé, o topo do fundo e o fundo do raso.

Mas assim, sem fazer sentido, acabou criando um sentido próprio

É aí que a gente se dá conta que, mesmo sabendo que não é pra ser, isso não impede de ter sido
Muito menos impede de deixar saudade

Então como dois opostos fariam eu sigo pra um lado, ele segue pra outro

Mas isso não impede de um dia termos estado embaixo do mesmo lençol, ouvindo a mesma música e concordando em não discordar por alguns minutos ...


Isso nunca nos impediu.